2 de maio de 2006

Ei você ai, moça do olhar perdido

Tenho lido e escutado uma centena de palavras nos últimos tempos. Ou quem sabe, nos últimos tempos tenho dado especial atenção a elas.
Confesso, ler Paulo Coelho não tem me feito muito bem, ando um pouco “viajona”. E nessa “viajem” quero interpretar tudo.

-Lanna? Sempre com o olhar perdido...
Não está perdido não. É esta mania que me peguei interpretando agora. Meu blog nunca foi uma espécie de diário, ou um livro de auto ajuda, venho a partir desde filosofar sobre coisas do dia-dia que são deixadas de lado (talvez por mim, talvez pelo mundo).
Minha mania? Uma delas.
Ei você que também possui um olhar perdido, venha logo cá e me diga, será mesmo que nosso olhar está realmente vagando por aí?
Pense comigo. Quando olhamos para o “nada” ou para uma formiga que caminha pela rua, não estamos prestando atenção em algo?
Agora, enquanto prestamos atenção em algo fora do contexto isso é motivo para perda?
No “nada” sempre há algo a ser estudado, aos olhos da formiga que sente nosso olhar, nós a encontramos, não nos perdemos.
Olhar as coisas de ângulos diferentes para encontrar a melhor opção, a que nos faz sentir melhor.
Na minha, meu olhar não é perdido, e sim, atencioso com coisas que para os outros não façam o menor sentido e para que cérebro faz, e muito. O que para os outros parece uma perda, para mim é interpretação.
Concorda?


E venho de novo, falando sobre olhares...

Catrina

Sempre fui do tipo brava e fechada. Sempre deixei pra lá coisas simples e complicadas. Sempre dei um dedo para não arranjar complicação. Sempre quis ser na minha. Sempre fui do tipo que odeia exposição. Sempre imaginei tudo isso.
Acabei não me fechando, acabei me enrolando nas coisas mais complicadas possíveis, falei alto com quem não conhecia, me expus, e vivi na minha imaginação o que deveria ser real.
Hoje cedo disse:
-Mãe. Vou cortar os cabelos, vou começar a estudar, deletar o meu orkut, sair dessa vidinha medíocre que estou levando.
Realmente acho que preciso respirar um pouco de ar fresco, sair um pouco disso, onde a vida das pessoas é prato do dia.
Ainda não cortei o cabelo, nem toquei em um caderno, não deletei o tal orkut e não sai dessa vidinha. Mas espero uma mudança radical em breve.
Não sei se é falta de coragem, talvez apenas receio, mas, deixar a armadura de ilusões por aí não é um trabalho nada fácil. Queria eu agora ser quem realmente idealizei, alguém forte, fechado, que não se expõe, nem fala sobre sentimentos com pessoas estranhas.
Não consigo (falo de ser assim realmente, não o que transmito aos outros).
Fico perdida em um mundo de idealizações, medos, receios, e “deixa pra lá”, “vai levando”. Vou juntando os pedacinhos das coisas que não gosto, como se fosse jantar um prato de arroz e massa (eu odeio arroz e massa)... De tempos em tempos há uma explosão de sentimentos ruins (e quem convive comigo sabe bem como é), acaba sobrando para todos os lados. E quando essa sensação se vai, o que fica, é uma casa destruída por um furacão.
Por isso o receio por mudanças.
Sempre que há uma casa construída com amor e carinho acaba vindo um furacão e destruindo tudo.
Vamos Lanna, coragem. Quem sabe dessa vez a casa não pode ser construída em um lugar seguro.
-Lara, liga para Estética, preciso marcar um corte de cabelo.