16 de maio de 2012

juntos


Pensei muito tem ti Principito e escolhi a dedo um cd pra gente ouvir quando eu chegar. O teu vovô, que é o meu papai, falava muito desse disco. Chama “Os Saltimbancos” e é de uma peça de teatro que conta a história de amigos que são muito amigos (se alguém apresentar ela de novo eu prometo te levar).  Tudo isso, peça e disco, é de um cara que eu espero que tu goste quando crescer. O teu vovô canta todo dia alguma música dele, mas quando eu tinha o teu tamanho morria de medo de uma que chamava “Geni” e ele insistia em cantar (acho que até hoje eu fico meio angustiada quando escuto). Bem que na época tu já podia tá entre a gente pra dizer “Ei, para vovô”.
Nesse tal disco sobre os amigos tem uma música que chama “Todos juntos”, assim como te ensinei um dia e tu aprendeu rapidinho:
- Principito, como a gente tem que andar na rua?
- Juntos.
É... Na música diz que juntos nós somos mais fortes. E eu me sinto assim quando tu fica do meu lado ou quando vem correndo puxando a minha mão e dizendo sem parar:
- Tia, tia, tia, tia, tia...
Eu acho que tu ainda é muito “ito” pra entender a diferença que fez nas nossas vidas e do quanto a gente ficou forte depois que tu apareceu. Deve ser porque todo o nosso amor se ilumina e cresce a cada chegada tua. Até o vovô que é de muito carinho, mas pouco abraço, fica logo abraçando todo mundo. Todos juntos somos mais fortes agora porque, no fundo, a gente já tava te esperando há um tempão e não sabia mais onde colocar tanto amor. Ainda tem um montão de gente por vir aí, mas aí é tu quem vai mostrar os discos legais pra eles e o amor vai se multiplicar cada vez mais.
-Todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco, não há nada pra temer, ao meu lado há um amigo que é preciso proteger.
E não vejo a hora de chegar, não vejo a hora de te proteger, não vejo a hora da gente fazer a coisa que mais sabe: ficar junto. 

"da janela de copacabana"

(o possível motivo da desistência)

Ando com a ideia fixa de parquet claro e sol entrando, uma parede branca, uma cortina transparente que voa e deixa ver um monte de planta, aquele quadro com um pedaço do Inutensílio do Leminski e o Baden Powell correndo. Tenho vergonha de ter parado de desenhar porque meu pai se orgulhava de mim, me dava coisas pra desenhar, me pagava cursos de desenho, mostrava um pierrot que eu tinha desenhado com uns 5 anos pra todo mundo. Um dia eu parei. Hoje eu queria desenhar essa ideia fixa pra poder comparar depois com as vontades que eu vou ter daqui a muito tempo, porque antes tinha ele cochilando com a camiseta suja de tinta no sofá vermelho de pé palito e eu nervosa porque ia sujar e aí ele sumiu. Devia dar pra tirar foto de ideia. Assim a gente arquivava tudo e não tinha medo de se perder. Como agora.