13 de junho de 2007

Bonequinha (crescendo) do papai


Não me pergunte como é envelhecer, eu não saberia responder ou contestaria uma tolice. Fazer aniversário é um tanto quanto engraçado. Em uma passagem de dia nos tornamos “pessoas maduras”, ou não, de acordo com a carteira de identidade. Discordo.

Fazer aniversário é muito mais. É o tempo representando em algarismo os momentos deixados para trás, a passagem do calendário abre portas para uma “nova era”, novo capítulo, páginas em branco de uma mesma vida. O papel acompanha o destino em suas mil trajetórias, tornando-nos sedentários diante os segundos.
Fazer aniversário solicita bolo, parabéns, abraços, presentes e muito carinho. Além disso, requer uma interpretação muito além do simples passar das horas, é o amadurecimento da idéia do ser, é a contemplação da juventude mostrando suas mil facetas.
Não basta à mim apagar velas. São inúteis os números diante tal moleca interior, a cada ano que passa peço para que esse regresse em proporção contrária, como se ao fim da chama rejuvenescesse a mulher que se apresenta.

E aquela “gasguita” de cabelos negros escorridos pelo ombro hoje faz dezessete, amanhã quiçá seus vinte, e logo então cinqüenta. Ela nunca abrirá mão de sua espada Jedi e seu orgulho, terá sempre um sorriso aberto para seu amor e um laço de ternura para quem souber manuseá-lo. Suas sapatilhas aladas serão dançarinas das linhas da estação e para sempre saberá os sentidos de seus pequenos versos. Com a mistura de boneca e “nenê” levará a vida de sua forma: sem observar os relógios. Por favor Senhor Tempo, não deixe Neneca crescer jamais.