19 de maio de 2008

Quem sou eu, afinal?


Uma tentativa de profile que deu errado (talvez pelo seu tamanho):

Olha, sinceramente? Eu ainda não sei. Na verdade, ninguém sabe. O povinho tenta dizer que isso e aquilo, umas aderem ao sexy, outras a feiúra, outras a alternatividade (não ao salto alto, sim ao all star), outras querem ser chiquérrimas (aquele tal, “exagero do xuxexo”)
Eu aderi ao “ser mutável”. Uma mulher deve ser tudo. Coisinha que não me agrada, é ser essa coisa tal, de blasé. E o pior é que a modinha pegou. Eu gosto mesmo é de falar. “Oi, tudo bem?”
Gosto de arte. Aliás, aprendi a gostar mais de arte na faculdade. Eu faço Design. Pensei em ser advogada, mas essa coisa toda de justiça não me serve. Pensei em ser engenheira, arquiteta, modista. E acabei fazendo Design Gráfico. Sorte a minha que acertei em cheio.
Passei anos da minha vida só ouvindo Los Hermanos e bossa nova, adversa a qualquer cultura inglesa que poderia aderir as minhas entranhas auditivas. Já fui meio revolucionária também. Abri mão da política faz tempo, talvez como um interesse de criança que vai embora com o amadurecimento. (Hoje em dia, escuto Beatles enlouquecidamente.)
Eu sou ciumenta, e descobri isso a pouco. Quando os Hermanos eclodiram fiquei frustrada. Quanta ignorância. É bem coisa de brasileiro achar que quando algo faz sucesso fica ruim. Coitadinho do Camelo. Continuou com as mesmas habilidades de sempre. Talvez os meus ouvidos é que tenham se desenvolvido para apreciar outros costumes. E até achar a língua inglesa bonita.
Sempre odiei inglês. Na escola só colava da minha melhor amiga. Ela é fera. Faço Francês e acho lindo. Com biquinho. Tenho até boininha. Um dia vou a França, como em toda a Europa. De mochila, vou fazer Design de Automóveis. Um sonho clichê. Mas é meu, e tenho muito carinho por ele.
Tenho crises de auto estima como toda menina. (Não sei se o termo correto é “menina”, mas ainda me considero a filhinha do papai, e acho que se encaixa.) Choro, esperneio, faço regimes com maça e leite. Porém, não abro mão do Vanilla Expresso depois de uma boa festa. Por sinal, AM/PM para mim são uma tentação.
Posso ser legal, quiçá eu seja comum, meio idiota, simplória e viva falando bobagens. Mas acredito que ser livre de padrões me faz bem. Eu não quero me encaixar em nenhum grupo de traços típicos. Se der vontade encarnar a Cory Kennedy, tudo bem. Ou quem sabe, Audrey cheia de classe e glamour? Posso sair de um táxi, ouvir Moon River, tomar um café da manhã na Tiffany's de sapatilha.
Eu gosto de ler, gosto de futilidades, gosto de política, gosto de música, gosto da minha coleção de óculos escuros, gosto de comprar bugigangas, aliás, eu amo comprar bugigangas. Gosto de tantas coisas, que por mim, fazia vestibular até acabaram-se as profissões. E gosto de ser assim. Apaixonada. Bobalhona. Sonhadora. Eu não quero ser blasé ou tagarela. Já passei da fase de querer montar uma imagem para ser vendida.
Agora, eu tenho a real convicção que ser “banal” não está nos amigos, nas roupas, na maquiagem, nem no cabelo. Ser comum é ser igual a onda dos outros. Eu gosto é de misturar.
E bicho, eu sou psicodélica.