26 de outubro de 2012

não tem de quê

A Rosa veio chorando pela rua. Que Rosa que chora, como chora essa Rosa. Chegou aqui era só orvalho. Ô Rosa. Explica, Rosa. Fala, Rosa. "E por isso não vale chorar", Rosa. Tanto choro era culpa do moço? Era culpa da Rosa? E a Rosa chorando segurando o coração apertado. Fala, Rosa. Conta pro moço, Rosa. Conta pra ele da prova de amor. Conta pra ele, Rosa. Conta pra ele que prova de amor é fazer com que o amor não exista. Conta pra ele que prova de amor é podar o amor. Conta pra ele que prova de amor é cortar o amor pela raíz. Conta pra ele que Rosa que corta o amor pela raíz vive à Deus dará. 

ei você aí

Perdi o cartão magnético que me autoriza a entrar no prédio do "serviço". Uma vez a Camila Morgado, que é chata, mas numa boa entrevista pra Lola disse: se a gente fala "serviço" sai o encanto e entra a vida real (eu não lembro na verdade, mas era algo assim). Perdi como perco várias coisas pela vida. Como já perdi celular, brincos (mais um dos vários motivos que me fizeram parar de usar brincos), dinheiro. Pratico o desapego todos os dias com as minhas colinhas de cabelo, por exemplo. Perdi. Fiquei usando um provisório porque pra conseguir um novo preciso pagar uma nota. Ainda bem que os porteiros me chamam pelo nome e nunca deixam de dizer "bom descanso, Lanna". Hoje acordei cedo, tomei banho, botei pra tocar o Letuce que tinha gostado, deu até tempo de secar um pouco o cabelo. Desci as escadas e em cima da minha caixinha do correiro tava o tal cartão magnético. Ele é todo branco e não tem nome e eu não sei quem foi a pessoa que o achou, nem onde, nem como colocou em cima da caixinha do correio, nem se essa pessoa sabia que eu era atrapalhada e que perco coisas. Só sei que eu fiquei feliz. Ah, e os porteiros também. Obrigada pessoa boa que fez questão de ajudar o próximo. O carma bom vem em dobro!