16 de junho de 2006

Aquela velha história

Comecei a admirar as tartarugas. Queria ter um casco bem grande, bem bonito e confortável, para entrar lá quando algo me incomoda. Pode parecer egoísmo, sei, apenas hoje era tudo que eu queria.
Logo eu que sempre quis ter asas, voar para longe, e ser assim, impossível de se domesticar, hoje quero me esconder, me guardar, desaparecer. Cada mudança de vontade, cada idéia modificada, uma forma de fugir para um mundinho só meu.
Percebo que facilmente pessoas e coisas me decepcionam, e comigo tudo sempre foi de forma irreversível. Talvez por acreditar que tudo pode ser maior que esses princípios, talvez por acreditar que as coisas vão muito além da fronteira desta cidade.
Acabo criando uma expectativa por encontrar alguém com as mesmas idéias, o que resulta em frustração, pois nem todos pensam como pensamos, nem tudo é como o esperado.
Acontece com amigos, pessoas desconhecidas, livros, cd’s, até mesmo uma matéria no colégio, acontece todo dia, a todo o momento. Chato, diria.
As pessoas não têm culpa alguma de serem o que são, culpada eu de querer encontrar qualidades que só a mim fazem diferença. E por tentar encontrar diferenças acabo encontrando semelhanças.
Então, entrar para meu casco seria perfeito, ficar lá pensando, ouvindo uma música boa, escrevendo e desenhando. Eu, acompanhada de minhas idéias, esperando mais uma vez o toc toc de algo para chamar minha atenção.
O mundo lá fora anda muito sem criatividade ou sou a garota insatisfação. Felizes são as tartarugas.