23 de fevereiro de 2012

toda forma de amor



Acabei de me apaixonar. Queria dividir.
O filme da vez é ''Toda forma de amor''.
Daqueles que repensam a vida pela gente.
Lindo e só.

22 de fevereiro de 2012

da minha vista


Fico muito na janela e, por vezes, acabo presenciando cenas que dão vontade de descrever aos amigos. Hoje na rua passava um pai, de caminhar lento e olhar sério, do tipo de homem mal-humorado difícil de amolecer. Ele segurava embaixo do braço um jornal e cuidava com atenção as duas filhas que corriam cerca de dez metros e voltavam até a área de segurança em que ele as mantinha, com o olhar, em um silencioso cuidado de pai brabo. A menor, com cerca de três anos, queria sempre correr até longe. E voltava. E corria de novo. A cada nova disparada ela avançava mais ainda e o pai brabo quase a perdia de vista. E eu, na janela, fiquei com medo. Olhava a cena apreensiva. E agora? E se ela corresse para longe do pai brabo? E se ele, realmente, ficasse brabo? E se ele franzisse a testa? E se ele a xingasse? E ela corria. E voltava. E sorria a ele. Sem medo. A menininha me fez ver que desaprendi a lidar com gente braba, que explode, que franze a testa, que nos mantém em uma área de segurança em que a gente não pode colocar a ponta do pé pra fora, que não deixa a gente correr pra onde quer. Ela não tinha medo e me fez ver que tenho, que eu, se não estivesse na janela ansiosa, estaria ao lado dele, caminhando devagar, tentando manter as coisas sob controle. Descobri que o que eu tenho não é apenas o medo da cara fechada, de silêncio e da testa franzida. O que eu tenho é medo de gente que me faz sentir aquela sensaçãozinha de que, a qualquer momento, eu posso pisar na bolsa. E que, se eu pisar na bola, algo muito ruim vai me acontecer. Acho que nunca soube lidar com isso. Acho que nunca soube lidar com essa vida de ameaça em que as pessoas se adaptam. Da janela, quis encorajar a menininha a correr pra bem longe dali. Pra longe de todo mundo que a olhasse feio quando sentisse vontade de correr e que não olhasse pra trás. Mas, ela sumiu da minha vista.

4 de fevereiro de 2012

rue de mes souvenirs







Quem não vê a poesia toda é meio cego.

"Errant dans les rues de mes souvenirs
Je vais suivant le chemin de l´instinct
Tout droit vers l´avenue de mon destin"

3 de fevereiro de 2012

Pra seguir sonhando



Há um ano atrás eu ouvia essa música no avião. Com ela eu planejei começar a tocar acordeon, colocar um vestido branco no corpo bronzeado, largar tudo e subir no altar. Hoje resolvi ouvir de novo. E dos planos, o mais perto me parece o acordeon.