25 de novembro de 2013

40 anos em 2

Viver é tão maluco, mas tão maluco, que quando acontece qualquer coisa que boba que pode chatear algo imensamente grande acontece pra testar as forças. Todo o meu corpo dói de tudo. De pensar, de ver saídas, de procurar uma solução pro meu passado viver presente no meu futuro. Parece que a qualquer momento vou derreter tipo filme americano de ficção científica. De dentro de mim vai sair uma outra eu, de pele bem novinha, com a alma lavada, sem nenhuma cicatriz desses últimos tempos. 

A sensação que tenho é a mesma de ressaca que não deixa lembrar, só que ao contrário. Ao invés de tentar ver o que fiz eu tento pensar em como vai ser o futuro e tudo parece embassado. Hei de ter esperança no porvir pelo histórico de ver saída através de amor. Minha mãe ensinou isso pra gente. Ou foi meu pai. Já não tem como separar.

Um dia quando acordei fiquei um tempo conversando sobre meu medo do tempo passar depressa demais e meus filhos não poderem viver tudo de legal que vivi. Poucas pessoas no mundo entenderiam o pânico que se instaurou em mim. O dono da dor sabe o quanto dói, né Zeca? Só quem amou pode entender, a realidade é dura, mas é aí que se cura, né Zeca? 

Vai dar tudo certo. Pela primeira vez na vida não vou chorar uma lágrima. Vou resolver. E, depois que tudo estiver bem vou olhar pra todos nós com a sensação de que, sim, o amor pode curar qualquer coisa. Viver é uma maluquice. 

Daqui a pouco vamos estar fazendo um churrasco e discutindo a vida do Genuíno. Vai ter mate demanhã, vai ter abraço largo e coração tranquilo. Eu prometo.