15 de maio de 2006

Roda gigante

O mundo tem girado na mesma velocidade que a saia da morena, meus passos tem sido grandes como se tivesse patas de elefante, tenho tido alucinações como se tivesse sangue de ácido, e então o mundo para. Nesse ritmo de metáforas perco-me em meio a palavras, milhões multiplicadas por alfabetos de todas as línguas.

Encontro-me sentada em um banco pintado de roxo, observando uma tela feia, fria e sem cor. Estou aqui, de cabeça cheia e com o livro aberto. Gosto de estudar Renascimento, gosto de verdade. Porém perdi-me entre tantas descobertas, entre tantos homens inteligentes, no rumo da história.

Já dizia Chico “mas eis que chegar roda viva e carrega a tristeza pra lá”, tenho estado frágil nos últimos tempos, não tenho me reconhecido. Baseada nessa frase acredito ser uma onda passageira, algo que repentinamente vá “pra lá”.

Choro sem motivos, não apenas por coisas que me tragam aquele sentimento com gosto de limão, choro também por ouvir uma música linda e me encantar com ela. Inútil, penso. Meu pai sempre disse para eu não gastar lágrimas.

Fico em meio a uma selva de pensamentos, onde o leão com certeza não se parece nada comigo. Eles têm me feito mal.
Talvez seja isso que me faz ficar frágil como uma criança, elas sempre se assustam em meio a multidão. No meu caso, assustada por substantivos abstratos, os tais pensamentos.

Os odeio, e nunca fui de esperar a maré virar. Faça-se um novo rei para selva, que seja o tal elefante ou talvez a mariposa, que eu acredite em Móises e peça para ele mover as águas.

Deixar as coisas por “isso mesmo” nunca foi da minha índole, não quero ser chamada de “comodista” mais uma vez, espero fazer as coisas na hora, fazer de verdade, não apenas pensar.
Acredito que desta forma os pensamentos se desenrolem, assim não fritando minha mente, muito menos trazendo mais lágrimas ao mundo.

Que uma das funções seja atrofiar meu cérebro.

“Mas não diga nada que me viu chorando, e pros da pesada diz que eu vou levando...”
Chico, claro

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