27 de março de 2007

A face do que vejo


“Há a conclusão de que se não existisse quem escrevesse, ninguém conheceria as mulheres, por mais belas que tivessem sido.”

Há quem duvide. Há quem diga que esta não esta correta. Há quem escreva sobre a mulher de sua vida. Há quem a tem em pensamento.
No entanto, há quem apenas a crie em personagem, quem prende-se somente na intenção poética, no papel. E o que acontece com a mulher real?
Aquela que não é culta o bastante, mas que o faz sorrir, que o alegra, que entende como ele possa estar estressado com os problemas do dia-dia (e de alguma forma mágica os extermina). Aquela que não é bela o bastante, porém sabe como agradá-lo, além disso possui um jeito excepcional de tira-lo do sério de uma forma tão linda que encanta.
Onde há espaço para a mulher real? Que cozinha de avental vermelho, suja as mãos de farinha e sabe passar roupas?
eu – lírico que conheça?

26 de março de 2007

Brancalhone

“Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu....”
Odeio dias cinza. Senti-me impotente, estúpida e irresponsável. O fato de o vestibular estar ali, no final deste ano, faz-me tremer, sabendo que todo o esforço não é válido diante das contas e fórmulas.
Pergunto-me então se é falta de QI ou/e nervosismo, não entendo como pode alguém ser tão estúpido em relação a algo tão imbecil.
No entanto, como, pergunto (á primeira alma de interesse) faz-se para passar em Medicina e mesmo assim, saber que esta não é a escolha que me faz ter certeza. A certeza de que eu estou no caminho certo, à opção correta para uma vida inteira. Se para esta existem fórmulas, fórmulas para não decepcionar meus pais e não seguir sendo como quem não tem “capacidade”. Senti-me limitada, menosprezada e além de tudo, sozinha.

E agora José?
Eu quero um abraço...

Aos livros!

22 de março de 2007

Arrepio

Eu que tantas vezes falei de amor, hoje mudo o repertório.
Por um momento sinto vontade de explicar o inexplicável, como quando sentimos os olhos de alguém aspirando os nossos, como quando a mão torna-se a pluma.
São estes, os pequenos detalhes, que me tornam um tanto quanto observadora.
Há quem repare em coisas banais, há quem importe-se com beijos. Já a mim interessa o jeito de sorrir, o magnetismo que existe entre as pessoas, se ele esta olhando, ou não. E então, o que importa são apenas os arrepios que estão por vir, e são estas pessoas que nos fazem penar, são estas que tiram-nos o chão. Das formas mais simples.
Peço atenção ás ocasiões deixadas para trás, e ao movimentos dos pêlos, todos, agradecendo por existir naquele momento.

No fone, o volume no máximo Coldplay

11 de março de 2007

Maria


"Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz

E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
Agente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim
"


Chico - João e Maria

Sobre o acaso



Assumo total responsabilidade
Vou ouvir apenas com as mãos e reparar em qualquer tom do silêncio;
Faço um pacto de sangue – com o medo. Desejo que este me acompanhe até o final dos dias, na juventude e na velhice, para que assim ressalte toda e qualquer glândula sudorípara e me faça penar.
E se for por descaso do tempo que o faça parar - renego. E volto a fita.
Volto-o.
Ou me escondo.

10 de março de 2007

E tira o som dessa tv, pra gente conversar...

Logo após ter entrado em estado de liquidificação com o calor acordo com um certo “friozinho”. Estes dias foram feitos por livros, plano para que passemos a tarde os acompanhando. Neste momento encontro-me com Drummond, fazendo de meu sábado um tanto quanto cheio de vida. Cheio de poesia.
Leitura obrigatória para o vestibular fez-me pensar além. Fiquei preocupada com a vida dos meus futuros filhos, e confesso que também com a minha. Como serão as coisas daqui a um certo tempo? Onde, entre mundo cibernético e fast-food, terão espaço os amores, as flores e as dores?
(Meu chá esta esfriando)
Restará lugar para as conversas de boteco, chimarrão no pôr-do-sol e desenho animado? Assim como eu, meus filhos trocarão a tv pela bicicleta? Brincarão de playmobil ao invés de Barbie? E como será a Barbie daqui a um tempo? Terá peito de silicone?
Complicado, tudo agora é tão banal, que talvez nem existirão brinquedos. Todos virão com cérebro já de opinião formada e com botões.
Bom, vou voltar ao chá enquanto ainda posso não enferrujar.

“Os beijos não são importantes.
No teu tempo nem haverá beijos.
Os lábios serão metálicos,
Civil, e mais nada, será o amor
Dos indivíduos perdidos na massa
E só uma estrela
Guardará o reflexo
Do mundo esvaído
(aliás sem importância).”

Drummond

7 de março de 2007

Não precisa ser Moraes, nem Camelo...

É quase “necessário” encontrar um homem diferente. Não seria, assim, a agulha do palheiro, no entanto deveria se destacar entre os demais do “grupo”. E não apenas por atitudes dramáticas, romantismo excessivo, matrimônio imaginário, mas sim por me fazer estremecer.
Onde encontrar, então, um homo que cozinhe, não abuse da inteligência, nem queira se sobre sair? Necessitaria apenas fazer “leite com Nescau”, conversar sobre livros (de preferência os meus), ver futebol no domingo e ser machista quanto ao tamanho do vestido. Necessitaria ser ciumento, fazer cara de bravo e acabar cedendo a todas as vontades, desejos repentinos e agüentar a tpm.
Onde encontrar aquele que não grite em público, goste de maquiagem borrada e arrisque uma surpresa todo final de tarde? Fazer dos dias todos recreação, dar risada, dizer que estou linda (mesmo de pijama e cara de sono), sentar na grama, rabiscar um bilhete. Não exijo explicações científicas, rosas, telefonemas exagerados. Não exijo cartas, compromisso e Niestchz.. Exijo que entenda todo não que vale por sim, todo dengo, toda saudade, todo carinho. Exijo carinho, muito carinho.
Há aqui muita vontade de saber onde encontrar quem vá rir de minhas besteiras e ter coragem de enfrentar todas as brigas.
Não seria apenas “um homem diferente”, teria que ser o melhor de todos, mesmo sendo o pior. Teria jogo de cintura, saberia a hora de fazer planos, de adia-los, e principalmente de fazer-me irritar. Pois, acredite, as mulheres mais interessantes pertencem aos homens mais atrevidos (e me desculpe as feministas de plantão).