27 de maio de 2007

Sobre o claro


Ao abrir os olhos reparou no acanhado risco de sol ultrapassando as fronteiras da remota janela de madeira. Ao deparar-se com tamanha desenvoltura permaneceu por um duradouro espaço de segundo entorpecida. Percebeu a liberdade daquelas partículas dançarinas do ar. Dançarinas de uma melodia silenciosa da respiração humana. Tão cotidianamente acostumada e desprendida. Sentiu inveja de tal alvedrio, tal desambição. E questionou seu modo de vida.