29 de janeiro de 2014

hoje

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Mariana me chamou e disse: - me diz coisas bonitas da vida? Respondi que preferia que ela o fizesse. Tô mais precisando ouvir que falar. Assumi o silêncio pela primeira vez na vida. Cheguei a conclusão que não quero mais dar satisfação pra ninguém, mesmo que as perguntas sejam por amor, cuidado, preocupação. Será a primeira vez que ninguém vai saber o que penso, sinto, atrapalho, temo, odeio, deslumbro e anseio. Meus dilemas sempre tiveram meio que uma platéia de grandes amigos. Todos eles meio atentos, meio dispersos. Pra todos escolhia uma versão que coubesse no tempo que estavam disponíveis, de acordo com o lugar onde estávamos, se estavam longe de mim, se estavam perto. Em cada versão eu já não sabia mais do que estava falando. Acabava embaralhando as opiniões alheias com as minhas vontades e fazendo um grande mix tipo suco verde de sentimentos. Ficava um gosto horrível e mesmo assim eu achava que aquilo fazia bem. Confiava nisso. Ou, que em algum momento adiantaria pra alguma coisa. Não adianta. Ninguém pode resolver os problemas de ninguém. 

Hoje fui correr às 7:30 da manhã, a rua parecia tão quietinha e vinha um solzinho que ainda não machucava. Pela primeira vez eu senti vontade de não gritar.