5 de dezembro de 2006

coerente

Era como de quem já vai indo, era como de quem não sabe o que faz. Poderia saber momentos antes, momentos após. Poderia desejar por horas, anos até mesmo, no incansável silêncio atrevido; ter tido todos os homens do mundo, não ter dado o braço a torcer.
Ela ficara na ponta dos pés, o segurara para que não partisse. Ele e seu coração. Fechara os olhos, respirara fundo e afastara-se.
Ele então de braços ao vento a deixa ir. Como quem também não sabe o que faz. Como quem soubera momentos antes e após.

“Coerente sua imaginação. Pretensioso o gesto que pratica ao rezar piedade. É cúmplice do outro em você, e sabe disso...” (Heitor Pires)