27 de março de 2006

Orgulhosa? Sim, com muito orgulho

Nasci com uma dose de vontade, outra de saudade, outra enorme de orgulho. Desde pequeninha bati o pé por todas minhas vontades, lutei por cada coisinha (mínima que fosse), sempre precisei de um ideal, mesmo que parecesse tolice para os outros. Para mim tudo que me fazia estremecer era motivo, e quando não fazia dava um jeitinho de virar motivo para entrar na briga.
Tive saudade de cada coisa que me fez bem ou mal, temos que ter saudades de tudo que passou na nossa vida, NADA, nada mesmo acontecesse duas vezes. Sinto saudades de coisas mínimas, como a bala de mel que não gostava e que meu avô teimava em me oferecer, sinto saudades de como a minha Mãe arrumava meu cabelo, no modo como ela puxava e fazia uma colinha lá no alto, como eu ficava furiosa. Sinto saudades de pessoas, de momentos, de pequenas coisas. Sim, sou apaixonada por pequenas coisas, quando uma mão encosta na outra, um olhar, um sorriso, sinto saudades do que ainda não aconteceu, sinto saudades do que já vai terminar.
Demorei sempre a entender que estava errada, demorei sempre a fazer as coisas para não parecer molenga ou fraca, sempre tive minha capinha protetora para não deixar ninguém me magoar, e quase sempre acabava magoando as pessoas com essa minha inconstância. Já fui chamada de cruel, de fria, de inflexível, já fui culpada por iludir as pessoas, já ouvi que não tinha coração, já fui chamada de orgulhosa.
Não sou cruel, muito menos fria, não iludo ninguém, e tenho um coração enorme. Orgulhosa? Sim, com muito orgulho. Meu coração é de criança, frágil e dócil. Cansou das armaduras, hoje quer sinceridade, quer a tranqüilidade de uma vida colorida e cheia de surpresas. Se atira sem medo de se machucar, porém chora quando faz ferida. Por favor, nunca mande-o entrar dizendo que precisa lavar o ferimento... Faz dodói, mas ele quer sempre seguir brincando.