16 de abril de 2012

cultura do inquilino




Algumas coisas têm o poder de mexer com a gente. Quando isso acontece geralmente fico em silêncio por alguns minutos. Depois falo. E muito. Mas, de início, fico calada. Numa forma de deixar "essa coisa que têm o poder de mexer comigo" se acalmar e ficar. Acho que é um jeito de congelar "essa coisa". Esse final de semana foi um apanhado dessas sensações. O choque com a exposição do Bispo, a vista da cidade duas vezes (a chuva no Santo de Casa, a noite com os prédios de purpurina), o Medianeras. Nos picos de silêncio lembrei dos meus pensamentos sobre cidade, amor, pessoas e a relação entre isso tudo. Pensei muito nisso no domingo, mas falei (sem pensar) foi no sábado. Senti vontade de escrever pra amiga distante pra jogar conversa fora. Acho que todas as outras pessoas do mundo não tem muita paciência pra esse exercício (começam a olhar o celular, a verificar o e-mail...). Jogar conversa fora é o esporte que eu tenho praticado no momento. Falar sobre cidade, amor, pessoas e a minha relação com isso tudo, é a minha categoria. "Como é que eu devo fazer um muro no fundo da minha casa", "Como vou achar quem eu procuro se não sei quem é?", "Como tu tá?". Como algumas coisas têm o poder de mexer com a gente. Que bom que elas ainda existem.