1 de junho de 2010

a gente quer ver horizonte distante

Chegou Junho. Nem vi. Vou fazer vinte anos. Um absurdo que me parece mais poético. Vinte anos. Soa melhor. Chegou Junho. O mais gélido dos doze. Encontro-me aqui, ouvindo Odair José, avistando o calendário. Chegou Junho. Quer dizer que, metade do ano já se foi e metade do ano ainda está por vir. Mesmo que isso, no fundo, não vá mudar em nada. Chegou Junho. Hão de saciar os namorados, as rosas, os presentes. Hão de embravecer os mal-amados. Chegou Junho. Deixando a ponta do nariz gelada, as mãos mais abrigadas, as aspas escondidas. Ninguém o canta com quimera. Tão pouquinho tem outono. É meio termo. Chegou Junho. E quanto a mim, sigo assim. Como não fazê-lo?