17 de maio de 2006

Sobre mulheres e ouvidos

Falar sobre o quê não sei, mas gosto de falar, assim, por falar.
Acredito que dividir experiências antigas, histórias engraçadas, momentos saudosos, seja algo revigorante.
Falar, sem assunto em pauta, motivo ou discussão, falar falando, sem querer, sem perceber.
Utilizar todas as palavras pomposas que conhecemos, fazer uma piadinha com alguma delas, um sorriso aqui, outro ali.
Com certeza a conversa das pessoas é prato principal.
-Eai Princesa, beleza? Te achei muito gatinha.
Tudo bem que tu és um cara boa pinta, mas meu nome não é Diana, não sou princesa, e beleza? “Beleza”...
-Oi, tudo bom? Desculpa, mas eu posso perguntar o teu nome?
Claro que pode, meu nome é Lanna, tudo bom? Tudo bem que tu sejas um dos caras mais feios que eu já vi, mas percebo que aí tem muito pano pra manga.
Cérebro. De que adiantaria Josh Hartnett sem uma pitada de Marcelo Camelo?
Tu agüentas um dia, dois, estourando três, e aí... O velho clichê “beleza não põe mesa” FALA mais alto.
Fale, mesmo que seja a maior bobagem do mundo, elas gostam de sorrir. Fale sobre coisas inteligentes, sobre estrelas e constelações, conte histórias de infância, peça para caminhar pela rua e jogar conversa fora, ir tomar uma cerveja sem compromisso com horário.
Fique falando por horas, sem medo de desvendar segredos ou vergonha.
E se isso for exigir demais, tudo bem, haverá sempre uma sem papo para um despapado.

Feliz de mim que tenho ouvidos;
Boa sorte a quem ainda os procura.