7 de janeiro de 2009

A emoção acabou


Faz tempo que não escrevo. Antes por ocupação, depois, decepção. Talvez ainda esteja em um momento em que não deva tocar nas palavras, posso fazer mal uso, sofrer arrependimento depois.
Hoje deu vontade de historiar, escrever um “não sei o quê” confuso, sem muito complemento, sem muita profundidade. Escrever apenas, encher o papel de dor, ressentimento, inveja, agonia, aflição e amargura. Depois amassar. Recomeçar. Falar de amor. Apenas.
A verdade é não se sente saudade do que foi. Sentimos é medo do vazio. O vazio faz sofrer. Tentamos de todo modo completá-lo das mais diferentes formas, mas e então?
É como um quebra-cabeças, há para cada tipo de abandonado uma “peça”.
E hoje, não há muito o que fazer. A televisão já não anda lá essas coisas, a rua meio melancólica, e um abismo aqui.
Ainda não sei o que é pior. Mas deve ser saber que não há peça para chamar de minha, “a emoção acabou”.
Preciso de um tempo. Coragem Sr. Ilusão. Coragem.

“Você sonhava acordada, um jeito de não sentir dor, prendia o choro e aguava o bom do amor”

5 de janeiro de 2009

Eu sou louca

Seis e vinte seis do dia cinco de dois mil e nove.

“Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar “the big one”, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?

Eu só conheço mulher louca. Pensa em qualquer uma que você conhece e me liga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante.

Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: Só sendo louca de pedra.”