7 de junho de 2011

Babacas, mexam comigo


Se hoje eu tivesse o poder de colocar uma nova palavra no dicionário seria EMPUTECIMENTO, do verbo ficar puto. Não porque nos dias de hoje ninguém dá bola pra palavra, pra responsabilidade, pro outro que tá do lado. Nem porque ninguém tá nem aí se esse outro tá passando trabalho. Não porque gentileza já não faz mais sentido. Nem porque tem gente babaca que não tá nem aí pra nada disso.

O emputecimento não existe por esses motivos porque ao mesmo tempo que isso acontece, tem alguém muito legal bolando um novo projeto, um novo show, uma nova poesia, uma nova revista de design – puxando pro nosso lado. Essas pessoas fazem valer a pena conviver com os babacas e isso acontece desde que o mundo é mundo.

O emputecimento acontece quando um babaca desses, que não doa nada pra sociedade, que não pensa em nenhuma novidade, que não faz nada de inovador, que não tem ninguém pra elogiar, que ninguém pode dizer: “QUE INCRÍVEL ISSO QUE ELE FAZ!”, ou melhor, “COMO ESSA PESSOA SE DESTACA!”, incomoda um amigo nosso. Porque, além disso, são medrosos e falam as frases pela metade. E, deixar no ar é bem coisa de babaca.

Eu nunca gostei de escrever reclamações. Já tem tantas no mundo. Na fila do banco, na padaria, na bar. Queria só fazer e escrever coisas bonitas. Mas, tem dias cinzas como esse que a decepção é tamanha, que eu não poderia escrever nada além do que sobre a palavra EMPUTECIMENTO.