26 de julho de 2012

meu peito é de sal de fruta


Da trilha sonora de hoje: http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=KruHDD1xaXs&NR=1

25 de julho de 2012

mudanças de todos os hábitos


A mudança de hábito começou pelo desktop. 

24 de julho de 2012

café pra um

Tem uma música da Nina Becker que fala de saudade e que diz "meu café tem gosto horrível". Eu também descobri que o meu café é horrível e eu não consigo lembrar qual era a marca que tu comprava, nem quantas colheres tu colocava, nem quanto tempo tu deixava passando. Eu não sei no que eu tava prestando atenção em todas as vezes que tu passou café, mas devia ser alguma bobagem. Acho que pro resto da vida eu vou tomar "café do padre" (vou seguir levando todos os ingredientes à mesa nos almoços de domingo lá na mãe) e a minha casa não vai ter cheirinho de café passado. Ou, pode ser que um dia eu, simplesmente, consiga. Vai ser um grito de independência. Vou te mandar uma mensagem: "hoje tenho certeza que tô sabendo me virar sozinha". Mas, ainda não sei se vai ser um dia bom ou um dia ruim.  

23 de julho de 2012

três amores








Três amores de uma segunda em que eu quis que fosse verão.

18 de julho de 2012

take it easy my brother

Quando eu cheguei aqui não pensei muito sobre a logística de certas coisas. O plano era o seguinte: eu acordaria atrasada, colocaria meus fones, me despencaria pro trabalho, no caminho amaria a cidade mais um pouco, na volta passaria no super, iria pra casa, colocaria água nas plantas, escreveria umas bobagens, faria umas comidinhas e viveria a minha vidinha. Tava tudo feito, tava tudo perto e não tinha muita chance de erro (porque se tiver que dar errado vai dar errado comigo, é meu estilo de vida). Só que domingo ocorreu o choque da desordem. Eu fiquei doente. Em seis meses eu tive a minha primeira grande crise de gastrite. Daquelas. Pra acabar comigo. Pra dar um tapa na cara da ordem da desordem da minha vida. Fazia tempo que isso não acontecia. Acho que eu aprendi a viver com a gastrite e ela aprendeu a viver comigo. Eu fumava, eu tomava café e coca-cola. Ela me dava um alô quando eu ultrapassava no nervosismo. E, "assim íamos vivendo em paz". Desde domingo ela rompeu comigo como uma Amélia enfurecida. E agora... eu não sabia o que fazer. O Omeprazol não bastou, a Magnésia não bastou, comer de hora em hora não bastou, dormir igual um caracol não bastou, deitar no chão da sala e acender incensos não bastou. Fui pro google procurar por "hospitais", perguntei aos amigos, fiz o auê necessário. "Onde tem pronto atendimento nessa porra?". A essa hora eu já odiava tudo que fugia do meu controle e, em transe, me imaginava arrancando a cabeça do segurança da Unimed que me avisava: "aqui fecha às 19h, moça". Daí, eu chorei. Chorei porque "queria a minha mãe", chorei porque eu, em sonho, podia sentir o Omeprazol+Buscopan entrando na minha veia com sorinho e cama de hospital e chorei porque o ônibus tava demorando pra cacete. Passei no super, comprei pão, voltei pra casa, coloquei água nas plantas e em forma de caracol escrevi umas bobagens. No meio disso tudo eu dormi. Acordei hoje sem dor. Atrasada. Mas, sem dor. No meio disso tudo... passou. Acho que era um aviso. "Take it easy my brother". Eu prometi que passaria a semana sem café e não fumo há exatos 13 dias. Voltamos a nos dar bem. Voltamos a viver em paz. E, hoje no caminho pro trabalho voltamos a amar a cidade. 








9 de julho de 2012

hay que llorar y jamás perder la ternura


Quando tô cansada eu choro. Não brigo com ninguém, não xingo ninguém, não reclamo pro vizinho que ele não tranca a porta do prédio e, de olhar marejado, sigo batendo papo com a caixa do supermercado que ouve meus problemas amorosos. Entro no banho e choro. Sento na cama e choro. Dobro algumas roupas e choro. Mas, passa rápido. É um choro só pra extravasar mesmo, só pra sensação de "dor do mundo" (que eu inventei) ir embora de mim. Daí a dor vai embora e fica só o sono mesmo. Durmo, acordo e nem lembro porque tô com a maquiagem borrada. Acho que se as pessoas aderissem a essa terapia nós teríamos um mundo com menos acidentes de carro e atendentes de loja de mal com a vida. Taí, vou lutar por um mundo em que as pessoas chorem mais. 

6 de julho de 2012

2 de julho de 2012

sobre poesia e sorte



"Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi"

O Oswaldo de Andrade disse isso e eu fico pensando: o que será que ensinei pra vocês? Porque eu poderia ficar só ouvindo e aprendendo. Tenho vontade de ficar invisível pra ver como vocês tão levando a vida sem a gente, numa casa sem grito, sem bagunça, sem cabelo no chão e com um neto. Queria ficar olhando e aprendendo durante um tempão. Queria olhar e aprender como é levar essa vida torta e sem projeto que, entre tangos e barrancos, rega a felicidade há tanto tempo. Porque alguém que nasceu do maior amor do mundo deveria ser só aprendizado. Tenho vontade de sair de fininho e deixar um bilhete: "Aprendi com vocês que a poesia é a descoberta de todas as coisas que vi aqui". E, com uma nota de rodapé: "Espero que os meus filhos tenham a mesma sorte".