28 de outubro de 2009

amor, amour, love, liebe, karl


Comecei a semana em prol do amor. Talvez o universo esteja conspirando para que eu escreva sobre ele – amor, amour, love, liebe, karl -. Ele se esconde onde ninguém percebe, em bilhetes, em um gesto de atenção, em um desenho na mão. A paciência que se esvai entre os casais envelhecidos está exatamente nesse erro: Deixar o amor se esvair dos pequenos lances. Ninguém necessita de televisão aberta e faixa no avião, ela não precisa de flores quando é alguma data especial, talvez ele só precise que ela não esqueça de trazer uma novidade (quiçá um novo tempero) na janta de (mera) terça-feira.
É por isso que venho aqui falar do amor que é simples de nascimento, do olhar, do movimento que ela faz com o cabelo, da forma como ele caminha. O amor está no silêncio que fica entre as velhas músicas (notadamente escolhidas) que tocam, está na gargalhada que ela dá na mesa do boteco, está no modo como ele repara que é o responsável. O amor está em não esquecer, por um segundo, que se é amor.


“Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num
fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar”