11 de março de 2007

Maria


"Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz

E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
Agente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim
"


Chico - João e Maria

Sobre o acaso



Assumo total responsabilidade
Vou ouvir apenas com as mãos e reparar em qualquer tom do silêncio;
Faço um pacto de sangue – com o medo. Desejo que este me acompanhe até o final dos dias, na juventude e na velhice, para que assim ressalte toda e qualquer glândula sudorípara e me faça penar.
E se for por descaso do tempo que o faça parar - renego. E volto a fita.
Volto-o.
Ou me escondo.