8 de setembro de 2009

era noite em satolep

A janela ainda ficou molhada da chuva. A madrugada silenciosa me fez abrir a antiga caixinha preta guardada a sete chaves na última gaveta do armário. Nela havia história, amor e tragédia. Haviam flores murchas. O exemplo concreto do tempo passado. Do tempo passando. Eu abri a caixinha dos sentimentos guardados. Senti a dor do pior dia da minha vida como se fosse hoje. Eu revivi as cenas da agonia e da insanidade. E a cada palavra lida a certeza dos cem anos suportados. Dos cem anos amadurecidos. E dos cem anos que ainda virão, cem anos de solidão, aprendendo a deslembrar esse dia. Volta para o teu lugar caixinha. Volta quando o mundo te entender. Mas volta, um dia. E me faz esquecer.


“I don't know why nobody told you

How to unfold you love

I don't know how someone controlled you

They bought and sold you”