18 de junho de 2006

Para a advogada do palhaço

Entre palhaços e trapezistas se viu criança novamente. A cada salto um momento onde o coração voava, a cada risada a liberdade da felicidade que estava contida. Ela foi ao circo sem nem mesmo acreditar que poderia viver tão intensamente o momento. Ela foi ao circo e encontrou a magia de um espetáculo.
Risos e êxtase fundem-se em dois olhos brilhantes. Uma menina perdida em seu mundo de sonhos onde a felicidade agora estava no centro daquele palco.

Pra ti, minha linda irmã.
Assistam ao Tholl, um momento mágico, inacreditável, encantador. Faltam-me palavras neste momento, ou talvez, seja algo inexplicável de verdade. O circo mais uma vez trazendo alegria aos corações. Mas confesso que ainda tenho medo de palhaços.

16 de junho de 2006

Aquela velha história

Comecei a admirar as tartarugas. Queria ter um casco bem grande, bem bonito e confortável, para entrar lá quando algo me incomoda. Pode parecer egoísmo, sei, apenas hoje era tudo que eu queria.
Logo eu que sempre quis ter asas, voar para longe, e ser assim, impossível de se domesticar, hoje quero me esconder, me guardar, desaparecer. Cada mudança de vontade, cada idéia modificada, uma forma de fugir para um mundinho só meu.
Percebo que facilmente pessoas e coisas me decepcionam, e comigo tudo sempre foi de forma irreversível. Talvez por acreditar que tudo pode ser maior que esses princípios, talvez por acreditar que as coisas vão muito além da fronteira desta cidade.
Acabo criando uma expectativa por encontrar alguém com as mesmas idéias, o que resulta em frustração, pois nem todos pensam como pensamos, nem tudo é como o esperado.
Acontece com amigos, pessoas desconhecidas, livros, cd’s, até mesmo uma matéria no colégio, acontece todo dia, a todo o momento. Chato, diria.
As pessoas não têm culpa alguma de serem o que são, culpada eu de querer encontrar qualidades que só a mim fazem diferença. E por tentar encontrar diferenças acabo encontrando semelhanças.
Então, entrar para meu casco seria perfeito, ficar lá pensando, ouvindo uma música boa, escrevendo e desenhando. Eu, acompanhada de minhas idéias, esperando mais uma vez o toc toc de algo para chamar minha atenção.
O mundo lá fora anda muito sem criatividade ou sou a garota insatisfação. Felizes são as tartarugas.

11 de junho de 2006

Sempre odiei domingo

Acabo de ler Budapeste, livro de renome em que o autor é um grande ídolo, conseqüência da grande influência do pai sobre nosso gosto musical e literário, Chico Buarque.
Fez-se um dia horrível, acordei cinza como o céu e a tarde foi feita como chá de limão e mel, daqueles que somos obrigados a tomar quando estamos gripados.
Sobre o livro tenho a dizer que foi um dos melhores que já li, devido a seu magnetismo, uma forma estranha de fixação entre a menina e as palavras. Seu conteúdo é de imenso valor, rico em detalhes e características que tornam os personagens pessoas especiais, como se os conhecêssemos.
Pergunte-me o que chamou minha atenção e não saberia citar um capítulo ou dois, talvez o que “chamou minha atenção” foi o fato de ser um livro em que cada detalhe pode ser uma mentira ou uma verdade. Entre elas, não se sabe o real e o imaginário, fazendo da história incomum.
São 20:35, o que salvou meu domingo foi um bucado de palavras que se tornaram escassas ao longo do tempo, elas terminaram conforme a passada de meus dedos virando cada página... E agora, quem resgatará esse resto de noite?