28 de maio de 2012

que seja em Satolep




A primeira vez que minha mãe viu meu pai, cabeludo, entrando na porta da Boate do Direito. Um amigo que em meio a um longo relacionamento confessava já não saber onde o amor tinha ido parar. Uma avó que depois de muito velhinha recebeu um telefonema do grande amor da adolescência abandonado em Montevideo. A amiga encantada com o novo amor que tem jeito de "homem da vida", mas que apareceu em uma hora inoportuna. A outra amiga de coração partido que dramatiza e se diz metade morta. O outro que se diz "agora completo". A outra que voltou pra ouvir "Peito Vazio" porque "é bom sofrer um pouquinho". O outro que defende que pra amar tem hora e que de preferência seja tarde. O outro que sabe que é "só uma fase". 
Eu que falo muito, nesse final de semana parei pra ouvir. Ouvi e vi o amor multifacetado. Cheguei a conclusão que Satolep se propõe ao amor mais que as outras cidades. Satolep se propõe mais aos mil modos de sofrer porque é tão bonito e combina muito com o art nouveau. Cheguei a conclusão que a piada com Paris não tem tanta graça porque seria melhor se fosse "se for pra sofrer, que seja em Satolep". 
É, se for pra sofrer... que seja em Satolep.