12 de dezembro de 2011

das preferências

Eu gosto de prédio antigo, banheiro anos 70, velhinhos na rua. Eu gosto de gente humilde, gosto do centro da cidade, de lugares que ainda deixam as pessoas fumarem. Gosto de casa com cara de que pode bagunçar, de gente que pode bagunçar com a gente, de sofá com rasgadinho escondido pela almofada. Gosto de cor, de amizade com o vizinho, de roupa que cai lá embaixo e tem que buscar, da moça da lavanderia japonesa que não para de falar. Prefiro café batido com nescafé, ficar na lapa do que na zona sul, sidra do que champanhe caro, o Liberdade do que qualquer outro “point”, escrever bem em português do que mal em outras três línguas. Não é romance. Não é merchandising de filme brasileiro. Não é saudosismo. Não é riponguice. É escolher as coisas simples porque são mais legais. É preferir as pessoas simples porque elas são, na maioria das vezes, muito mais legais do que as coisas, os “points” e todo o resto. E, se tudo isso está fora de moda (e casa bonita tem cara de escritório), eu estou pra lá de “out”, meu bem.