24 de julho de 2009

Citando Kant (e pra você, o que é Belo?)


Fazia tempo que uma aula de Filosofia da Arte não chamava tanto minha atenção. Geralmente essa aula serve para tudo, menos para ouvir o que a professora fala. Talvez seja a voz calminha e a forma como ela faz a Filosofia parecer algo tão distante de nós. Mas hoje, especialmente hoje, foi diferente. Ela citava Kant, o Belo e todas suas regras. Para ele o Belo é um objeto de “prazer sem interesse”. O artista deve produzir a obra por deleite, não por outra finalidade. Ele agrada universalmente sem conceito e é uma conformidade a fins sem fim. Fiquei pensando nisso um longo tempo. Prazer sem interesse. Uma das melhores frases que eu poderia ouvir na vida, vinda lá do século XVIII diretamente para os meus ouvidos “contemporâneos”. Nada condiz tanto com a Arte como o prazer. Um artista deve por natureza desprover de considerações/conceitos/julgamentos para encontrar o Belo. Precisa arrebatar, mexer, tirar do sério, mudar o rumo, interromper um hábito e alegrar o dia. É como o prazer de fazer o que se gosta. E só se faz Arte porque se é apaixonado. Prazer sem interesse. Ou seja, gênios.

“Se o meu olhar é múltiplo e o olhar de todos é múltiplo, onde estão os pontos de intersecção?”