5 de novembro de 2012

que papinho


Ando numas de fazer coisinhas. Só coisinhas. Fazê-las. Escrevê-las. Inventei que escrevo um diário também. E, veja só, isso me faz escrever mais. Coisinhas. Numas que entro na agonia de ligar pros amigos dizendo que quando chegar no Rio quero espalhar alguma coisa por lá. Cartazes, bilhetes, alguma coisinha pelo Rio, como a gente fazia na faculdade, "tenham idéias, tenham idéias". E ninguém levando muita fé “tá, tá, tá, a gente faz”. Só pelas coisinhas. Criar coisinhas. Tava quietinha lendo e imaginando que cossitas podia fazer por aqui também, sem alegria de viagem, com aquele sentimento de casaaindanãocasa mezzo estranho que tenho com a cidade. Coloquei pra tocar uma música do Tom porque o Tom sabe de coisinhas. E, do banheiro veio uma voz: “porqueee fooooste na viiiida a úúúúltima esperança”. Que momento bonito foi esse. E eu rindo e dizendo “que momento bonito foi esse”. E, a despirocada da Eduarda cantando sem entender nada, “eu nem sei como sei essa música, bonito o quê?, tu é maluca?”. Devo ser meio maluca. Meus amigos me fazem ser mais na maioria das vezes. Por isso essa vontade louca de espalhar coisinhas por aí, cartazes, bilhetes, pinturas, qualquer coisa. Pelo coração aberto. Pra abrir o coração do outro. Colocar pra fora. Fazer com que o outro cante Tom Jobim no banheiro e ache lindo, ou não, ache engraçado ouvir uma voz interpretando uma música triste como se fosse karaokê e de tão engraçado bonito. Arte é outra coisa. Eu sou humilde. Eu só quero fazer coisinhas. Eu quero meus amigos de coração aberto. Eu quero que as pessoas que vejam coisinhas abram o coração.