26 de junho de 2007

Sobre Política e Disney


Pelo primeira vez no ano dei-me o luxo – por motivos familiares que me impediram a ida à escola - de ver desenho pela manhã. Não há momento do dia mais bacana para ver desenhos. Lembrou-me os dias chuvosos – àqueles onde ninguém aparecia – em que eu permanecia na frente da televisão com meu inseparável copo de leite e a programação enchia-me de entusiasmo. Bons tempos – articulam minhas velhas bochechas -.

Estou lendo um livro muito atraente, o autor sempre pareceu-me exagerado, no entanto um cérebro ambulante – a la Mr. Brain, na minha abominável imaginação -, Arnaldo Jabor. Pornô Política vem recheado de crônicas sobre o modo de vida ridículo do brasileiro, o modo como a política mundial – juntamente com a doutrina Bush Papai e Filhinho – está indo para o saco. Ex-comunista, atual jornalista, fez-me rever alguns conceitos identificando-me com o tal.

Presto o máximo de atenção imaginável nas aulas de História, por gostar, por necessitar, porém principalmente pelos professores que a mim apresentam. Em uma aula – onde minha “mestra” encarnou um quê de Ciência Política - fiquei abestalhada com alguns comentários sobre a vida de Walt Disney. A primeira posição que me tomou ao observar os pensamentos de historiadores sobre os desenhos do homem foi de certa “exaltação”. Logo após, pensei serem todos loucos. Na seqüência, pude ter a certeza, de que, de acordo com o ângulo poderia tornar-se plausível.
Praticante de xenofobismo, racismo e outras cositas, a interpretação de seus filmes e representações não poderia ser pior, na visão científica. Rei Leão e Mickey perderam seu “valor” diante do mundo – meu – após aquele dia.

O que os parágrafos têm a ver? Tudo.

Conforme os anos mudamos os valores, as crendices e o ângulo de observação. Vejo desenhos e sorriu, vejo Tv Senado e riu. O que deveria equivaler a atração, hoje mais parece-me entrelinhas espertas de Segunda Guerra. O que deveria encher-me de esperança hoje mais parece piada. O mundo – socialista – que sonhava para filhos da minha geração, aparece apagado como um túnel fechado diante tantos escândalos. Os cartoons da geração de meus pais hoje surgem para mim como aviso do que já seria encontrado. O mundo é estranho Sr. Camundongo. O mundo é estranho.