28 de novembro de 2013

Era verdade que as pessoas somem, que entram e saem da nossa vida como um vidro que entra no pé, um corte que fecha e nunca mais se fala nem no vidro nem na dor. Era verdade que as pessoas mentem, que elas têm defeitos, têm falhas, cicatrizes. Era verdade que as pessoas brigam, se deixam, não importa o tempo, nem a história, nem ninguém. Era verdade quando disseram que as pessoas vão morar longe, que mudam de vida, que começam do zero, não importa quem fique. Era verdade que as pessoas morrem, que viram um pózinho, que as vezes as roupas duram mais que os próprios corpos, não importa quem sofra. Era verdade quando disseram que eu deveria me preparar pra esses dias. Mas, talvez amanhã caminhando na rua alguma coisa aconteça e então vou sorrir e vou esquecer que isso tudo era verdade. E quando acontecer vou me surpreender de novo porque é isso que a gente faz. A gente costura o coração em cada noite de sono e todo dia pela manhã ele acorda pronto pra rasgar de novo e de novo e de novo. A gente não dorme. A gente fica se preparando pro dia seguinte. 

Um comentário:

Paulo Henrique disse...

Parabéns pelo texto.

Colocarei em meu blog também, com os devidos créditos.
Se quiser que eu retire, peça nos comentários por favor.