Eu, meu livro de rodoviária e os passantes que mal me percebem aqui. No lugar das partidas ficam sempre as mesmas angústias. Ta meio frio, daqueles que a gente sente hora sim, hora não. O Sartre embaralhou a letra e misturou a mim. A liberdade nonsense de que falava destoou com minha vontade de acordar logo
1 de julho de 2010
maldito seja jean-paul
28 de junho de 2010
interlúdio
23 de junho de 2010
severino cadê meu briefing?
Manhã Manha Acorda Treme Aula Reunião Trabalho Prazo estourado Reunião Reunião Relatório “Tá errado” Faz de novo Vê mais um café Briefing Branding I’m cansading Tudo pro altoing Cumpre as horas Pesquisa Ensino Extensão De mim Dorme Acorda E finge que não gosta por mais um dia
21 de junho de 2010
(s)enfim
15 de junho de 2010
monocromia
14 de junho de 2010
chá de habu
1 de junho de 2010
a gente quer ver horizonte distante
31 de maio de 2010
em verso, inverso
E veio a mim
O cara
Vestido de idéia
“Querubim”
Sorri
E veio a mim
Pele de poesia
Mordida de nó
Ar de maresia
Pensei
E veio a mim
Aquele moço
Destruindo a métrica
De rima e osso
Sosseguei
E veio a mim
Virou verso
Pensamento do avesso
Inverso
18 de maio de 2010
senão eu te invento por toda eternidade
Na minha frente estava Décio Pignatari. Era hora de fazer silêncio. Foi então que ele disse: “A gente já não sabe mais apreciar uma bela poesia”. Eu que por tantas vezes pensei ver o ressurgimento da utopia poética, fiquei triste. Será mesmo que foram-se os amores? As dores? Tenho medo que os poetas, eternos egoístas, não levem em consideração a promulgação. Esta quantidade extrema de lugares onde a poesia ganhou espaço deixa-os levemente frustrados. O que acabou foi a mesa de bar, quando não existia lei anti-fumo, quando o uísque era charmoso, quando as cartas demoravam a chegar pelo correio, quando a publicação em um livro era a única forma de expansão do trabalho. Vemos poesias em blogs, em lambes na rua, em encontros, nos olhares. A poesia está aí para quem ainda a quiser. Os mesmos de sempre. A pequena parcela que sempre se interessou. A única diferença é que hoje já não se pode mais fumar no bar, as intenções chegam por e-mail e os best-sellers são de auto-ajuda – geralmente sobre a forma mais rápida de ficar rico - . No entanto, quem sou eu para contrariar Décio, bom mesmo é esquecer de tudo e apenas ouvi-lo. Um velhinho em forma de poesia concreta.
25 de março de 2010
juízo e carnaval
Um pouquinho de Lanna no mundo da recotada sem cetim, mas cercada de gente talentosa que fez do cimento um dos lugares mais legais que eu já vi. Um beijo pro pessoal da organização, que fez desse cinza um colorido genial.
O quê? Recotada, exposição de arte.
Quando? 26 de março, 18h.
Espero todo mundo lá!
24 de março de 2010
entre
restou tão pouco
entretanto
ainda me agarro aos cacos
entre tanto
amor, ódio, rancor ainda há
entretanto
para nós dois
17 de março de 2010
cafeína
tipo de insight
que já tive
na vida
ferveu junto
com a água
do café
que eu estava
preparando
9 de março de 2010
hein?
Dor de cabeça, incomoda. Bater de carro, incomoda. Gritaria, incomoda. Fome, incomoda. Vontade de fazer xixi, então, incomoda e muito! Gastrite, tentar parar de fumar, ficar sem café, insônia, incomoda, incomoda. Nietzsche, incomoda. Saldo zero no banco, incomoda. Então, toca aquela música no rádio, chega uma mensagem no celular, uma nota de dez esquecida no casaco. Em uma fração de segundos os momentos bons esmagam os ruins, afinal, um sorriso no rosto é muito mais memorável que uma cara de pastel. Eaí, o que aconteceu mesmo?
8 de março de 2010
e essas coisas que diz toda mulher
Dia da mulher, muito rosa, vermelho e congratulações. A televisão nos faz mais guerreiras, os cartões mais sentimentais e as flores mais ternas. Há por detrás disso uma fórmula de mulher perfeita: linda, inteligente, trabalhadora e que saiba preparar um jantar apetitoso. Típica mulher de catálogo do shopping, ótimo! Quando antes o marketing sobre o culto feminino girava em torno do ser “dona de casa”, aquela do avental e batom vermelho, hoje o barato é não ter um descanso na agenda. E eu, acho belíssimo! Charmoso mesmo é trazer de bônus aqueles modos cinquentinhas, uma receita de família, uma lingerie de surpresa, um dia no salão. Bônus.
Hoje meu parabéns – e extensa admiração- vai às damas “século XXI”, aquelas que realmente têm o poder da síntese: mil mulheres em uma só. Uma para cada momento do dia, uma para cada compromisso na agenda, que sabe ser o chefe, que sabe ser sexy, que sabe comentar sobre aquele livro, que sabe exatamente o que comprar no super. Uma mulher que “vem com tudo”, em todos os sentidos. São esses tipos que merecem um dia, um cartão e flores, merecem aparecer na propaganda do Dove, serem transformadas em literatura, uma música do Chico. Mulheres perfeitamente imperfeitas, manhosas, mandonas, deliciosamente bem sucedidas, deliciosamente mulheres, deliciosamente de unhas bem feitas. Parabéns.
1 de março de 2010
domingo no templo

Ele disse: - Todos deveriam ganhar uma pedra, ela se torna metade de toda nossa força interior, a força que nós deveríamos ter para enfrentar os problemas, o resto fica com a gente mesmo. Pega ela e guarda, quando precisar, segura firme até tudo passar.
E pensei: - Quem me deu esse meio coração, aceita devolução?
"Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais"
23 de fevereiro de 2010
senhora desse amor
Faz cara de quem já sabia, de quem já esperava por isso. Finge que o rumor é antigo demais perto da tua sabedoria. Dá gargalhada como se ela fosse muito pior, de uma ignorância que te faz superior. Arrisca dizer que tem cara de traveco. Balança os cabelos e fala mais alto, diz que ele não deve ter sentido as mesmas coisas que sentiu contigo, e que se experimentou de tudo, fingiu. Ela não tem música em comum, esperança. Pisca os olhos devagar, é sinal de tranqüilidade, talvez ela não tenha ganho uma dedicatória no livro, isso ainda te faz mais adorada. No pretérito. Ela arrancou dele algumas cervejas, uns beijos, algo mais e foi embora. Acreditou ser a rainha da noite. Mas no fim das contas, de camiseta velha, aquele sapo continua sendo o príncipe da tua vida.
no fone: She & Him - You really got a hold on me
22 de fevereiro de 2010
CALLmeKAT
Dita cuja: http://www.youtube.com/watch?v=LxYnQxqLJEM&feature=related
18 de fevereiro de 2010
tu tens uma caneta?
Se escrever é uma terapia, sinto muito Doutor, sei que ando relapsa. No entanto, é só uma tempo fora, um pé na grama - outro no céu -, um caminhar flutuante, essas coisas sinônimas à descanso. E então, a gente perde os guardanapos escritos e embriagados, é de praxe. Mas, ao menos eles ficam espalhados pelas ruas da cidade, e talvez, perder as palavras tenha virado a minha terapia de férias.
10 de fevereiro de 2010
“Mas, de que autor?”
- “Fiéis são aqueles que possuem uma lei a cada instante”.
Porém, mesmo que moral houver, “não coloco a mão no fogo, só um louco o faria”. E ainda cito o embasamento.
26 de janeiro de 2010
Solta, é meu!
É engraçado essa coisa de falar “Viva cada dia como se fosse o último”. Ninguém acorda e vai trabalhar no último dia de vida. Ninguém paga contas, se faz de difícil, aposta
Se tivesse o poder de mudar o jargão, diria: “Viva cada lance como se fosse o único”. O chefe como se fosse o único que te contrataria, a conta como se fosse a única na gaveta, ele como se fosse o único que sabe te irritar – e te amolecer – daquela forma.
O valor das coisas não está em ser fim, mas sim, em ser incomparável. E nosso.