28 de novembro de 2006

Silêncio

Os segredos de amor. Não há no mundo segredos maiores como o infinito diálogo dos apaixonados. Estes têm entre si uma conexão invisível, é estar discutindo a variedade de sensações no silêncio do passar das mãos, é estar apenas de mãos dadas e saber exatamente onde se quer estar.
Estes mistérios nunca são compartilhados com meros mortais; eles não entenderão. Ficarão perdidos em seu mundo comum e suas vidas medíocres - repletas de orações compostas e marmotas. Chamarão de tolos e loucos, marionetes do sentimento, para pior. Eis os que raciocinam demais. Acabam por perder o melhor de tudo.
O homem desde sua criação sonha com máquinas supermotoras e alta tecnologia para descobrir o que exatamente o outro pensa. Há quem arrisque feitiçaria, há quem olhe fixamente para os olhos. Bobagem. É preciso apaixonar-se para saber, deixar-se levar, ficar bem quietinho, ir sentindo devagarzinho e então ouvir o coraçãozinho da menina sussurrar: Morrerei em sua nuca.
Mesmo que o menino esteja adormecido.

“E só eu que podia, dentro da tua orelha fria, dizer segredos de liquidificar” (Cazuza)

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