12 de março de 2009

Um nonsense mais que bem vindo


“Intelectuais se aprumam, pigarreiam e começam a responder dizendo “Veja bem...” e daí em diante é um blábláblá teórico que tenta explicar o inexplicável. Poesia serve exatamente para a mesma coisa que serve uma vaca no meio da calçada de uma agitada metrópole. Para alternar o curso do seu andar, para interromper um hábito, para evitar repetições, para provocar um estranhamento, apara alegrar o seu dia, para faze-lo pensar, para resgatá-lo do inferno que é viver todo santo dia sem nenhum assombro, sem nenhum encantamento.”

Talvez eu leia Martha Medeiros há anos porque ela diz exatamente aquilo que eu pensaria dizer, e é muito mais fácil quando alguém organiza nossos pensamentos – acredito que é esse o motivo da legião de fãs, feministas, autoritárias, “loucas e santas” que lêem também).
Pessoas que me fazem pensar? A pessoa que me faz pensar? Eu diria que é o ponto máximo que alguém pode fazer-se notar. Vai além do rímel, do batom, do vestido bem escolhido, do jeito como ela o trata, do bom filme que ele viu, do tênis que ele soube usar ou o bom cd que gravou.
Ele faz ela pensar. Basta. “Royal Straight Flush” . Nada é mais interessante do que raciocinar, uma centena de dúvidas, pensamentos, “uma provocação de estranhamento”, “uma alegria no dia”, é como a arte, é como a poesia, é como uma intervenção, lembra?
Tu és antimonotonia, que espanta o tédio, inspira loucuras, me liberta, faz eu atravessar a rua, tu és arte e poesia, és uma intervenção na calçada, é algo que faz modificar meu dia, tu me faz pensar... E isso... Isso sim é um encantamento.
E como já dizia a Martha: “Esses são os melhores amores...”

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