6 de maio de 2008

+DESIGN


Apenas hoje tive tempo de sentar e comentar sobre o +DESIGN. Começando pelo fato de que me senti uma excluída da sociedade por não ter um I-Phone, passando pela inveja dos computadores Macintosh apresentados pelos palestrantes e outras cositas mais, de todo, foi uma experiência legal.

O resumo de todas as palestras foi: Seja meio maluco e arranje um pé de meia para começar um negócio. (Meio caminho andado).

A palestra da AG2 foi legal e hilária. Tudo bem que o moço disse apenas: “Pensem nos próximos 10 anos”. Tudo bem que isso durou uma hora e meia. Tudo bem. Certeza que ele deve ter perdido a hora. Se designer da AG2 fosse eu, diria: -Oi. E pediria cachê.

Tempo é pixel. E pixel é dinheiro.

Para ganhar um cd (com um jogo, um tanto quanto, lento), pergunto eu:

Lanna - Uma dica para os designers que pretendem trabalhar com publicidade. Como usar dessa simplicidade (que como o moço havia dito SERIA O BUM DOS TAIS 10 ANOS), tendo que transmitir tanta informação em tão pouco tempo?

AG2man - Quantos anos tu tem?

Lanna - (Ã?)

Lanna - Dezessete.

AG2man - Pensa daqui a 10 anos.

(Ok. Quando eu tiver 27, e não tiver bolacha, vou comprar uma bicicleta verde.)

Valeuz/ae!

10 de abril de 2008

Fecha os olhos


Ganhei uma gaita
e uma mesa de desenho. Acredito que... Não saímos daqui tão cedo. De que mais preciso?

20 de março de 2008

Cof

"Quando eu for grande, quero ser designer. Os meus amigos querem ser futebolistas ou super-heróis.
Eu quero ser designer, porque a missão do designer é muito importante. O designer é muito importante para as pessoas e para os super-heróis também, porque é ele que desenha as marcas para eles forem nos fatos. O designer também desenha bonequinhos para por na porta das casas de banho, para os meninos e as meninas não se enganarem.
A missão do designer é mostrar às pessoas que o gosto delas não é tão importante como o seu. O designer também tem que mostrar aos outros, que aquilo que faz, dá mais trabalho do que parece.
O designer tem como missão, fazer as coisas ficarem bonitas. As pessoas adultas compram coisas porque são bonitas.
O designer tem como missão ser crescido e nunca se enganar, mas se isso acontecer, é porque ele fez de propósito.
O designer tem como missão explicar à família, que não faz desenhos de casas.
O designer tem como missão preocupar-se com aquilo que ninguém se preocupa, alinhando as coisas e escolhe tipos de letra, sem ser a times.
A missão do designer é conseguir fazer os trabalhos do dia anterior, de forma a parecer que estão feitos há muito tempo.
O designer é um elemento mediador, tem como missão conciliar e responder a um variado conjunto de objetivos e condicionantes que se colocam perante si.
A minha avó diz que há um designer dentro de cada um de nós. A minha avó faz bordados e tem um macintosh.”

Crise de identidade ou não, estou lendo muito sobre minha profissão. E agora faço rimas.

19 de março de 2008

Superassim

“Design é tanto um verbo quanto um substantivo. É o início, bem como fim. É o processo e o produto da imaginação.” (Paul Rand, 1993)

Super orgulhosa!


10 de março de 2008

Cool

Momento interessante da aula:

“A Associação dos Designers Gráficos surgiu porque nunca sabíamos como explicar para mãe e para sogra como poderíamos nos sustentar. Fizemos uma bienal e mostramos nosso trabalho”.

Viu.

Momento interessante da aula II:

“Desde quando acordamos ao nosso redor há Design. A pasta de dente, o café, a embalagem do leite. O nosso mundo é desenhado. E as pessoas acham que isso vem de onde, da natureza?”

Oi.

5 de março de 2008

Mochileira pobre

Caso nascesse com zeros a mais (assim, bem a mais) na conta bancária não teria feito vestibular com dezessete anos. Teria dado uma volta ao mundo, com uma mochila nas costas, coragem e confiança. Voltaria falando várias línguas, ostentando presentes interessantes aos meus amigos, contando histórias de micos passados pelos quatro cantos do planeta. No entanto, como não tive o lisonjeio e a única mochila que há aqui é com cadernos, vamos ao primeiro dia de aula.
Confuso. De inicio caras estranhas, aquelas que nós não sabemos onde se escondem. Me senti um bebê em meio a tantos “adultos” acostumados aquela rotina. (Timidez, timidez, timidez). E eu, saindo do segundo grau com tudo ali, tão de bandeja.
A primeira palestra sobre o curso foi interessante, um tanto quanto sonolenta, mas não por isso menos animadora. É o princípio de uma nova etapa, uma nova vida, o terceiro ato. É, uma hora ou outra crescemos. Uma hora ou outra aprendemos a nos virar sozinhos. Coragem Sr. Ilusão. Coragem.
Um viva à faculdade!

22 de fevereiro de 2008

Bocejo

Ando meio enjoada, sabe? O povinho agora resolveu ser “superdiferenciado”. Nessa onde de “super-vou-me-diferenciar” só encontro semelhanças. E semelhanças. Nada forçado é interessante. Nada forçado é real e atraente. Ao menos, a longo prazo.
São tantas poses, tanta estética, perfis de orkut (ah não, por favor!) bem formulados, onde ficou a naturalidade? Todos que precisam mostrar uma imagem é porque não a contém. Não possuem, por si só, o dom de cativar os outros. Precisam de um álibi imaginário de personalidade, escondem de si mesmo sua falta de perspectiva e amor. É, amor. Amigos reais. Diversão real (aquela que não aparece no fotolog).
Como todo ser humano – contemporâneo – normal, quando sem sono, vou-me para internet. E lá, penso comigo: “E a moral?” São poucos aqueles que mostram em suas palavras um pouco de sinceridade. Vejo exclusivamente pessoas querendo mostrar aos fast-friends seus conhecimentos sobre bandas underground, filmes antigos, e gostos excêntricos. Tudoingual.
Sabe. A-b-a-n-d-o-n-e-i. Peguei Graciliano, e ó, já pra cama. Porque sou superbrasileira e superafim de me diferenciar dessa onda. Ou, talvez, pegar Khaled Hosseini e lançar a tendência, de que, tudo que é banalizado é legal.
Adorei. E digo mais, digo que se todos fossem mesmo tão inteligentes quanto tem apresentado, minha geração terá o mercado de trabalho mais concorrido da história mundial.

15 de fevereiro de 2008

Break


Estive de folga mental por esses tempos. Mais que repouso de estudos, dei férias a meu cérebro e minha alma. Respirei fundo. Soltei os ombros. “Aproveitei o momento” como muitos dizem.
Aprendi sobre música, pulei, dancei, e até arrisquei andar a cavalo. Banalidades essenciais. Banalidades terapêuticas por muitas vezes esquecidas.
Iniciei o ano levando a vida menos a sério. Iniciei o ano sendo tudo aquilo que sempre quis ser e que antes não me permitia.
Aprendi a me permitir, aprendi a me doutrinar, aprendi a me escutar e até arrisquei cantar. E mesmo que me confunda com Paulo Coelho, digo em alto e bom som, que aprendi os valores sobrenaturais da vida.
Nada como um bom e velho descanso. Para alegria de uns e tristeza de outros, eu voltei. Melhor do que nunca – e com ironia.

25 de dezembro de 2007

Achado do Papai Noel

As bochechas não deixam à desejar...

24 de dezembro de 2007

Bom velhinho

Nunca fui cem por cento à favor do espírito natalino. Não fico cem por cento à vontade quanto a ceia de Natal. Nem quanto ao peru. Nem quanto aos gastos. O Natal não tem sentido. Ao menos deixou de ter quando seu principal pretexto foi deixado de lado. Entrou aí o agente “bala na agulha”. Diretamente proporcional a conta bancária, o Natal torna-se alegre ou não. Ao menos para a maioria.
Eu, defensora dos pequenos prazeres, ganhei o melhor presente: a vida em seu melhor alcance. E mais. Não vou considerar a data como a comemoração do nascimento. É o REnascimento do que, para mim, é verdadeiramente valioso.
Hoje não preciso de nada mais. Um abraço apertado de meu herói, fará com que eu sinta a alegria de criança que tanto fugia de meu “papai-noel” interior.
É com ganhar a primeira bicicleta, aquela verde, da Pocahontas. É como após doze anos ele possa ver o mesmo sorriso infantil, em um corpo de mulher.
Este Natal vai ser especial. E já posso sentir o cheirinho dos petiscos da mamãe.

6 de dezembro de 2007

21 de novembro de 2007

Sobre os caretas da felicidade comprada


Crescer não depende dos dias, das horas, de anos. Crescer é uma linha tangente ao tempo. Ontem cresci, em minutos. Cresci espiritualmente, cresci a mente.
Hão de amadurecer aqueles que abrirem os olhos para os verdadeiros valores da vida, amadurecerão para o mundo como crianças. É quando retomamos nossas importâncias de criança que somos (puramente) felizes.
Saúde para correr. Felicidade com um restaurador copo de leite. E carinho.
Há de se precisar mais algo? Almejamos pequenas parcelas de felicidade inúteis. E quando as temos, ambicionamos mais e mais. Assim, acabamos esquecendo do essencial, do princípio, do amor.
E sempre quando algo me emociona, volto ao assunto, volto a falar de amor. E sempre quando a ternura me descobre, esqueço onde vivo, esqueço a fumaça dos carros nas ruas, esqueço o capitalismo e volto a mim.
Ontem, voltei a ser criança, mais uma vez. Como uma flor no asfalto da avenida.

Seu olho me olha mas não me pode alcançar
Não tenho escolha, careta, vou descartar
Quem não rezou a novena de Dona Canô
Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
Quem não amou a elegância sutil de Bobô
Quem não é Recôncavo e nem pode ser reconvexo

19 de novembro de 2007

História de uma Gata

Me alimentaram Me acariciaram Me aliciaram Me acostumaram
O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato
Me diziam todo momento
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás
De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás

Música como forma de expressão

18 de novembro de 2007

Pelo velho preconceito com meu All Star sujo

Quando o submundo dos transtornos vem à terra fico zonza, descontrolada, imóvel. Com milhares de preocupações adultas estou na fase escultura. Saciada de incertezas.
É nas horas de caos que mais delas aparecem. É nos meus momentos estátua que começo a perceber o mundo à minha volta.
Bobagem pouca, besteira ou não, as pessoas estão cada vez mais parecidas. Quando antes a “alternatividade” parecia ser o fim, agora, recorrer a tal estilo de vida parece dar certo crédito. Concepção boba a minha, ou não, os seres que optavam por esta forma de levar os dias, fugiam do óbvio, do comum, do popular, tedioso. Triste, ou não, para os novos adeptos, são esses que tomam as rédeas.
O que seria o Alternativo? Um tênis, uma roupa, fotos, filmes e músicas? Errado. Esse conhecimento meia-boca não indica inteligência, sabedoria, fama barata, parecem todos manequins de um segmento inútil. E aqueles hippies largados que fugiam do sistema hipócrita em que viviam, não se parecem nenhum pouco com filhinhos de papai que acreditam ser legais porque usam All Star e tiram fotos de árvores bem focadas.
Cabeças pequenas, mentes vazias, preconceituosas e cheias de ignorância não me lembram nada aos tempos políticos de meus pais. Bitolados sem título de eleitor, mal sabem quem governa o país, mal sabem de nada. Querem mostrar que sabem de tudo.
Estou revoltada. Os ambientes que antes se encontravam recheados de conversas agradáveis e contribuições de cultura, hoje mais parecem o Mc’Donalds do underground.

20 de setembro de 2007

Liberté

O espetáculo já havia começa quando novamente acenderam as luzes. O teatro voltou-se para os amantes e tudo mais parecia ter-se esvaído. As intensas ondas luminosas apreciavam o romance do verdadeiro e apócrifo. A paixão estava na atmosfera dos corpos.
Quando as luzes se apagam confunde-se mais uma vez ficção com realidade. O salto-alto abandonado ao pé da cama da atriz, o abandono do personagem, a máscara no chão. Nesse momento todos os olhares voltam-se para o amor. Mesmo sendo seu público loucos desvairados.
E então, tudo parece desaparecer no evidente conto de fadas. O mesmo cenário parece confundir, porém então, como saber o que é real e fantasmático? Fecha-se os olhos. Observa-se a contemplação em silêncio e inevitavelmente, encanta-se com o perfume da personagem e a sabedoria do palco. O mundo. O mundo tornou-se o palco.

“Premier mot de la devise républicaine, la liberté. La Déclaration des droits de l'homme de 1793 la définit ainsi : « La liberté est le pouvoir qui appartient à l’homme de faire tout ce qui ne nuit pas aux droits d’autrui ; elle a pour principe la nature ; pour règle la justice ; pour sauvegarde la loi ; sa limite morale est dans cette maxime : Ne fais pas à un autre ce que tu ne veux pas qu’il te soit fait. ». « Vivre libre ou mourir » fut une grande devise républicaine.”

17 de setembro de 2007

Segredos de adulto


Lances românticos me comovem. Não de forma hostil, e sim, dócil. É tranqüilizador e bonito, entre tanta hi-tack. Na velocidade dos meus pensamentos as luzes da cidade adoçam meu alento. Falar sobre o amor me acalma.
Tudo tão extinto, tão modificado, tão, tão. Tudo é TÃO exagerado e na tentativa de ser algo magnífico e sexy acaba sendo feio e repugnante. Com tantos meios de comunicação esqueceu-se do principal. Esqueceu-se do gostar além de tudo.
Amores na chuva, amores nas calçadas, amores no parque, amores escondidos, amores reais. Onde estão? Na geração da televisão de plasma observa-se a vida alheia, estaca-se a própria. Os vinhos, o chão, os copos de plástico, todo o cinematográfico foi abolido. Abriu-se caminho para a construção do labirinto da agilidade. “Pá e bola”.
Eu, passageira deste bonde, sinto saudades de uma época que não vivi. Época onde conhecia-se a letra das pessoas, onde se produziam cartas de amor, música e obtinha-se o principal: sentia-se apego pelo ser, pelo corpo, e essencialmente pela alma.

Independente da velocidade.

Sem pé, muito menos, cabeça

Por vezes uso das palavras para cavar um mundo louco de vocábulos. Paralelo ao meu, teu, mundo feio e cinza das tuas modernas.
Somos modernos, estamos aqui. E é ali que nasce a flor. A semente da sensibilidade a alusão ao magnífico perante o espetáculo do trânsito. No meio do caos: a flor. No meio de nós: o amor.
E ela nasce no asfalto, no resíduo, na cara de todos os preocupados. E ele nasce, na clareira, nos ditos-cujos preocupados.
Sou talvez a flor, sou talvez o amor, sou o que não sei. Porém, os compreendo e me encanto com os tais vocábulos perdidos.

You've gone to the finest school all right, Miss Lonely
But you know you only used to get juiced in it
And nobody has ever taught you how to live on the street
And now you find out you're gonna have to get used to it
You said you'd never compromise
With the mystery tramp, but now you realize
He's not selling any alibis
As you stare into the vacuum of his eyes
And ask him do you want to make a deal?

10 de setembro de 2007

Avenida


Lá saberei como a banda toca. Se quer sei a existência da música. Vou bailando conforme a partitura, analisando as quedas e sobre tons.
Ontem, deitada, ajuizando, quis por um segundo arrancar os planos e desenhá-los novamente. Agora com mais detalhes, caricaturas, mais graça e dedicação. Minha partitura seria densa, tranqüilizadora, linda e poética. O plano B da dança.
Hoje sigo os passos de um maestro desajustado, homem do tempo, senhor do meu canto, e agora? Sigo os passos da rua, e mais nada.

7 de setembro de 2007

Pink it´s my new obsession


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

*Ela estava gritando. Não aguentou o chulé.

4 de setembro de 2007

Festança


Hoje o Sol era uma poesia mágica diante dos meus olhos. Essa incandescente bola de fogo sugestionava Marte em sua melhor forma. Marte, meu planeta.
Por vezes, imaginava como seria partir com uma mochila nas costas, conhecer novas etnias, culturas, línguas, pessoas. Abandonar o círculo de conhecidos desassossegados, preocupados com a vida alheia, deixar para escanteio tamanha preocupação com estereotipo, clã e credo. Por mais clichê que possa parecer.
Queria um par de tênis, um mapa e minha sacola, me alimentar de bolachinha recheada, grilos e o que vier pela frente. Sairia dos protótipos, alimentaria expectativas imbecis, aguçaria meu conhecimento. “Me vestir rainha e dançar a festa”, namoraria quadros, pintaria setes, buscaria a arte, museus, galerias, encantaria os olhos. Quebraria os padrões, encheria a cara.
Pensando, marchando, olhando para o Sol, desejei viajar, morar em Marte, e abandonar tudo isso.


27 de agosto de 2007

Intervalo


Conversa de Botas Batidas entra em férias por um agente justo: Abolição do uso cibernético por motivos de inteiro confinamento pró-estudo. Falta pouco para o vestibular, e os três últimos meses são cruciais – como já apavorava o professor de química -. Com o segundo grau parcialmente completo – passada de ano, graças a Deus – resta, então, assumir a responsabilidade de alcançar a Faculdade. Sendo assim, os textos ficarão em folhas rabiscadas no fim do caderno. Qualquer dia apareço por estas ondas on-line.

A Direção

PS: O cd de Mariana Aydar se mostrou de ótima qualidade. Mpb, bolero e outras cositas deram para a menina uma boa dose de classe artística e coragem. Porém, ainda não ganha meus pontos atribuídos a Céu. Que apareçam mais e mais das mesmas. Reinvento da música de qualidade.

25 de agosto de 2007

Clowns


Caminhar no centro da cidade durante o dia nunca foi tranqüilizador. Na tarde cinza que se fez, procurar um soldador e uma costureira foi trabalho árduo. Com os preocupados indo e vindo, meus fones deixaram-me um pouco a parte de toda aquela irritação. Acabei encontrando livros e procurando gibis, não achei a tal da moça, muito menos o senhor que me ajudaria. Como de costume termino o passeio em uma livraria, ou, comprando lápis.
Com a chuva dei-me na casa da Vovó, de capuz, molhada e frustrada. Vovós moram no centro da cidade. Revi seus badulaques, conversei sobre o tempo e deixei-lhe com suas reclamações da idade.
Chegando em casa encontrei Camila. Contou-me sobre como seria mexer com desenhos durante o resto da vida, falou sobre a gratificação de vê-lo “de pé”. Descreveu as lapiseiras, os lápis, as canetinhas, cada detalhe. Fez-me – inacreditavelmente – ter mais sede do futuro. Ofereceu-me sua mesa.
As gotas que caíram sobre mim fizeram-se reconciliadores do eu com o eu. Uma lembrança do destino que virá, um pacto justo do que poderá surgir, toda a vida que quero. É tudo que quero.
Deixar a chuva lavar o espírito dos apreensivos. Deixa-la lavar o fantasma do centro da cidade. Deixa-la lavar minha alma. E o dia termina tranqüilizador.

"E esse charlatão vai cantar sua canção
Que comove toda arquibancada com tanta agonia
Dentro dele um coração folgado
Cantarola uma outra melodia"

Harry porco

Sou pseudo-inteligente e vou a estréias de filmes de animação. Nota mil e dezenove para Simpsons e para os boçais das risadas de plantão, meus acompanhantes. “Político”, sarcástico e recheado de malícia, pacote completo para a saga da família ser mais um grande sucesso de bilheteria.
Não esquecendo, abraço forte ao Church e Zelda. Ainda nisso, está aberto o curso de animação no estúdio Laços, novamente. Com a carga horária impedindo, refazê-lo é mais um projeto para dois mil e oito. Porém, fica a dica aos amigos das artes.

PS: Viva o porco aranha.

24 de agosto de 2007

Moderninha


Errado. Não combino com Parnasianismo e vice-versa. Antigos poetas gregos isolavam-se do mundo para obter seu intercâmbio com os Deuses. Minhas divindades, menininha, são pensamentos, minha interação é com palavras, minha fé é recíproca.
Exato símbolo da estética pura, a culminância da forma nos versos abandona o conteúdo poético, surge a pretensão do perfeito. Erro. Meus sonetos são devaneios. Como a brisa sem pensar. Permite a mim, a prosa, livre-arbítrio casual de libertar-te dos afins clássicos, mero incidente dos homens.
A obra, rica em História abandonou o sentimentalismo romanesco. Esses poetas pós-românticos ao abdicar da denúncia o mundo, perderam o espaço na sociedade recém industrializada, deixaram-se levar. A “arte pela arte” deveria encaixar-se em cada grão de máquina, abundar entre a população, não abandoná-la. Baudelaire, Dario, Théophile, Gautier, Billac, rejeitam o lirismo livre. Como?
Essa transgressão ao racionalismo deixa de lado minha vulgaridade poética. Essa tal “objetividade temática”, entedia, torna-nos tolos. Combino com Modernismo. Pela liberdade formal, irreverência e palavras simples. O engenho de um novo mundo me inspira. Vivo em prol da criação de uma nova filosofia, incompreensível e real. Quando antes confundia-me com o métrico, sou o além da arquitetura contemporânea. Sou o reinvento da arte, a cada instante.
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com o livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
ABAIXO OS PURISTAS
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
Não quero mais saber do lirismo que não é LIBERTAÇÃO"

22 de agosto de 2007

Pré-datado


Ando sem grana, sem tempo, sem argumento. Ando pensando no futuro, no obscuro, no inseguro. Vivendo uma vida à la cheque pré-datado. Onde estará toda a diversão?

"Não me amarra dinheiro, não. Mas elegância. Dinheiro NÃO! Mas a cultura. Dinheiro NÃO! A pele escura. Não me amarra dinheiro, não. Mas os mistérios. Beleza Pura!"

21 de agosto de 2007

Mãe, to doente


Odeio acordar doente. Quando o corpo não reage a impulsos, quando ganhamos cem quilos invisíveis, quando não arranjamos sair da cama, quando o pobre pulmãozinho não agüenta satisfazer as vontades do Sr. Cérebro. Odeio acordar doente.
Estar bombardeado é estar apaixonado sem carinho. Um cãozinho faminto por atenção. O estranho organismo e natureza dos humanos. É estar molenga, carente, ranzinza e infantil: a sós. Isso é um tédio. Tirando a parte do cuidado e os chazinhos.
Deus, como odeio tossir. Milhões de partículas do mal libertando-se para o mundo, em uma atitude egoísta e feia. Armadas, com roupas de soldados, caras pintadas, atacando. Nossa, como odeio a tosse.
Como dói. Dói tudo. A garganta, da coluna ao dedo do pé. E cansa, cansa estar assim, assim, sem o amor, e doente.

20 de agosto de 2007

Perdição


Odeio me perder. Me perder no Super Mercado. Me perder nos estudos. Me perder no horário. Me perder, enfim. Porém, detesto extremamente, me perder nas ruas de minha própria cidade. Não há explicação para isso, é uma verdadeira gozação. Então, todas as pessoas começam a andar cada vez mais rápido, em minha direção, loucas, com pressa, com relógios, bolsas: ATRASADAS, ATRASADAS, ATRASADAS. Extremo nervosismo contagiante. Eu, caminhando em círculos, fugindo e buscando, no paradoxo: “meus tênis de palhaço e a avenida que não encontro”.
Nostalgia. Isso já ocorreu outra vez. Um curta deveria ser gravado, eu, responsável pela cena da Passeata. E agora? São seis da tarde, estou andando. Andando. Odeio me perder.
Estar perdido é estar sem chão, além do cordão da calçada. Meu macacão me entrega. O que essa gente estranha ajuíza de mim? Devem me achar um tanto quanto “forasteira”. Eu não sou veloz. Nem quero acompanhar essa dinamicidade toda.
Por fim, encontro minha alameda. Apreensiva e risonha. De acordo com meu relógio e minha vida. Considerando que a afobação dos outros é parte da desordem das ruas. E de mim.
"Considere toda a hostilidade que há da porta pra lá. Enquanto eu fujo você inventou qualquer desculpa pra gente ficar. E assim a gente não sai. Esse sofá ta bom demais. E eu digo "cá" entre nós, deixa o verão pra mais tarde."

Histórias


O momento mais infeliz do ser é quando necessita de seu mundo paralelo para sustentação. Por que não obter da realidade o ponto principal de alegria? Sem jogos, sem fechar os olhos - não levar ao pé da letra -, sem difamar, sem carecer. O natural foi colocado para escanteio, e isso verdadeiramente é uma droga. Não obstante, quando o mundo fantasmático aparece como escasso, entra em cena o extermínio do legítimo. Um aniquilamento do que antes poderia tornar-se fruto de grandes sorrisos.
Minto. O momento mais jururu do ser é quando desaprende a empregar o segredo. Com gritos calados, atitudes imbecis, falta de desempenho inteligente. Usam e abusam do berro, do explicito, do exposto, da falta de mistério. Mísero tédio.
Minto. O momento mais melancólico do ser é quando torna-se dependente. Então, condicionado, não sabe mais o que diz, o que representa, e incrivelmente, perde seus sentimentos em meio a essa confusão mental.
Minto. Entre milhões e milhões de situações, não há o pior. Sob uma visão pessimista do que o mundo poderá tornar-se, entre tanto absurdo e falta de malícia: Toda pessoa deverá obter sua própria vitrine. Sim, uma mostruário com histórico e a competição de quem está mais vintage.
Quanta falta de sagacidade. Mal sabem o quanto a descrição pode ser estimulante, o inacreditável interessante e o sigilo uma grande jogada de marketing.

PS: Após um sábado de Rock and Roll, o domingo veio repleto de calmaria. Ficam nos fones Orquestra Imperial, em especial Rua de Mes Souvenirs.
Et le rêve dáune nouvelle nuit d´amourme hante toute le nuits je ne dors que le jouraussi loin que tu sois, pré de moi n´est pas?

16 de agosto de 2007

Cinematográfico


Ando de mal com o mundo. Encontro defeitos onde antes não jazia. Ou todos viraram sapos, ou eu estou na tpm.

13 de agosto de 2007

Nada além


O fato é saber o que faz bem. É desejar o inconfundível sem se preocupar com ele. Comer pizza e arrotar feijão. O fato é não se preocupar. Querer o simples e almejar o alvoroço. Nada além de céu e mar. Ser humano de carne e osso, que saiba somente amar. E falar, e falar, e falar. Falar de amor, de amar. Senti-lo nas veias. Nada além de céu e mar. A reclamação do vestido e o momento de suspirar. Tudo tão óbvio e por que não acontece?